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quinta-feira, 9 de outubro de 2014




Incrível! Paro e fico a observar o cenário que se desenha em algumas cidades do interior do Estado do RN, como muitas pessoas estão preocupadas não com um projeto político nacional e sim com interesses de grupos/famílias que comandam cargos eletivos nessas cidades. Não entendo quando pessoas criticam políticos por serem corruptos mais desejam ardentemente que outros corruptores que estiveram no poder antes, retornem em nome de uma mudança. Não compreendo como votam em massa em uma candidata elegendo-a senadora da república, afirmando que ela trabalhou como deputada e irá trabalhar muito mais e por outro lado, votam em candidato a gestor nacional que é adversário político da mesma. Não seria uma incongruência? O candidato mais votado a governo do estado do RN no primeiro turno é ovacionado por tanta gente, quando observo que ele faz parte do grupo político aliado da atual presidente do nosso país; seguidores desse candidato a governador, por sua vez, afirmam que irão votar em o adversário da então presidenta. Como será o governo desse homem se a aliança for quebrada? O que há é que muitos políticos estão vendo essa campanha de 2014 como se fosse uma campanha individual dos municípios, eleições para prefeito e vereadores, não pararam ainda para perceberem que a nossa decisão hoje, local, individual, poderá causar no futuro transtornos em grandes proporções a todos os brasileiros. Que alianças são necessárias nesse jogo pelo poder, por um projeto que não pode parar, em nível nacional. Ou quando esses mesmos prefeitos forem em busca de recursos, guiados por deputados, senadores, governadores, poderão descobrir que estão sendo guiados por cegos que enxergam, mudos que falam e surdos que ouvem palavras: eu não vos conheço!
 Enfim, viver em um país democrático é assim, votem em quem quiserem, por emoção, por razão, por decepção, influência do cão, visão divina, por corrupção compactuada, cumplicidade, favoritismo, beleza, favores recebidos, por dependência, independentemente do que pensam. Votem! Só não me venham depois dizerem: arrependo-me do que fiz. Eu não sou confessionário para ouvir suas reclamações e nem tenho àquele dispositivo laranja, chamado de caixa preta em aviões, para suportar a sua decepção. Simplesmente lhe direi como dizem muitos dos meus alunos quando discutem entre si: tome no cú sorrindo! Sim, é o que falarei para resumir minhas palavras, evitarei discursos prolongados ou o sarcasmo irônico ao dizer a você,  deveria ter escolhido melhor, acertado.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Há, não precisam curtir minhas publicações se não gostam ou concordam com o que escrevo. Não é necessário você concordar comigo, pode discordar também. Nem venham com essa de que entendem tudo que eu escrevo pois nem eu entendo; me pego as vezes com raiva da falta de paciência e cuidado com regras gramaticais simples que poderia ter usado aqui, ali ou acolá e não o faço, tenho náuseas de algumas expressões que uso ao invés de tê-las jogado no poço do arcaísmo e ficar ali, estático, vendo-as caírem uma a uma em sincronia cinesiológica.


Não me venham com ideias mal elaboradas, invenções casuísticas de teorias já inventadas e que vocês consideram inéditas. Hoje, não irei corrigir artigos científicos que estão mais para folhetins, irei apenas respirar o cheiro do "tabaco" (entendam como quiserem, pensar diferente é o que há no momento para os aventureiros da ciência) até espirrar. Por que as pessoas não se surpreendem quando utilizamos essa palavra: T A B A C O!? Ao contrário do escândalo para os puritanos se utilizássemos outra palavra - rola, pomba, pinta, pênis. Deve ser por causa da profissão relegada a cada uma delas. Há uma foi lhe dado o direito de arregaçar, causar, afrontar. Por sua vez, a outra, faz as honras apenas de ter se tornado a gruta dos desesperados. Ou polifonia escrota!


Se tiverem de me fazer homenagens, elogios ou me darem algum título, dia de descanso, que seja enquanto estou vivo. Depois que eu estiver morto por favor não venham com essas piadas que sou capaz de ressuscitar no meio do velório e desmascarar esses hipócritas. Eu morto, cuidem em enterrar para que eu não estoure de raiva e traga fedor as narinas puras dos que adoram perfumes caros. E por favor, vão trabalhar, gerar renda para esse país ao invés de ficarem dando desculpas por não quererem trabalhar naquele dia e estão doidos para irem passear no shopping. Sem contar que muitos vão está doidos para tomarem aquela gela com espetinho de carne e nem irão aparecer no velório mas irá fazer cara de tristeza e dor diante do seu superior afirmando: ele (no caso eu, o félito) era tão bom, um exemplo. Affe! Acho que meus ossos vão estalar dentro do caixão nesse momento. Prefiro os sinceros, que chegarão próximo a mim e dirão: hoje foi você, amanhã pode ser eu ou outro qualquer. Esse aproveitou o máximo que pode da vida aqui na terra e se existe outra vida, a eterna, lá é que ele vai aprontar.


terça-feira, 30 de setembro de 2014

sexta-feira, 8 de agosto de 2014



Alguns políticos são semelhantes a urubus, aves de rapina ou a agoureiros, vivem como sombra de uma nuvem negra a espreitar a desgraça alheia, deseja ardentemente ver a dor do outro para poderem sorrateiramente oferecer-lhes favores. Isso não acontece apenas na morte ou em períodos de enfermidades em que a fragilidade humana está mais apurada, as pessoas mais sensíveis.  Acontecem todos os dias quando a loja da mediocridade com seu balcão de negociação abrem para trocarem favores como oportunidade de empregos provisórios, cargos comissionados em órgãos públicos, propina em troca de consciências humanas. A necessidade, a carência de uma educação que te coloque questionamentos e te faça refletir, a ausência de motivação para estudar, faz com que pessoas se tornem escravos conscientes; semelhantes à alegoria da caverna de Platão, até enxergam a luz à entrada da caverna, mas preferem permanecerem em seu interior na mais completa dependência das correntes sem cadeados que lhes meteram aos pés.

quarta-feira, 23 de julho de 2014




Em noites tão frias,
Chuvas torrenciais
Estão a cair sobre minha cabeça.
Busco uma explicação
Para tamanha ilusão,
De multidões a esperarem
Uma imagem de deusa
Surgir no horizonte,
Carregada pelos pássaros de ferro
Ou braços humanos.
Vejo sua fragilidade de objeto,
Símbolo do nada,
Adorada por ignorância cultural
Transmitida por quem não sabia
De nada!
Acorda homens de alma,
Criem carne, coração.
Reconheçam o teu verdadeiro
Deus... Este, sim, segura
Firme em tuas mãos.


quarta-feira, 25 de junho de 2014




Um dia sai de casa deixando um amor para trás, amigos, inimigos, minha casa. Uma ferida se me abriu na carne, dores ainda sinto, mas de saudades. Não do amor que deixei, pois aprendi que amor mesmo só sinto por mim e por alguém que ultrapassa a barreira da metafísica; não dos amigos, porque existe os meios de comunicação para nos aproximar. Dos inimigos, esses estão por toda parte. Da minha casa, sempre retorno lá, em vida, em sonhos, numa memória aqui e acolá. O que permanece e a ferida aberta naquele dia, nunca deixou de me atormentar. Pútrida, profunda e ensanguentada; ferida na alma, só quem tem sabe a dor que causa.

quarta-feira, 11 de junho de 2014





Fecha os olhos povo brasileiro,
Fica nas paradas à espera de ônibus,
Na certeza de que a greve
É mais um movimento de revoltosos
Que nada enxergam de progresso.
Sejamos míopes durante a copa do mundo,
Teremos para sempre a arena das dunas,
Colossal obra de ferro e concreto,
Marco central do avanço infraestrutural.
Fifa comanda tudo!
Fecha os olhos povo brasileiro,
Não veem que a “direita” quer voltar?
Morder o osso do defunto que tenta,
Tenta a todo custo ressuscitar!
Brasil!
O teu braço esquerdo entrou em decomposição
Antes do tempo esperado - nesses últimos quatro anos.
Decomposição, cifras em dólares extorquidos de maneira
Camuflada, ludibriada pela ostentação de um sonho:
Sermos campeões.
Não durma povo.
A bola ainda rola de cima para baixo,
De um lado ao outro e juntos cantemos:
Somos polvo!

domingo, 11 de maio de 2014

 
 
ESTUDO COMPARATIVO DE POEMAS AFRO-BRASILEIROS.
“ESSA NEGRA FULÔ” – JORGE DE LIMA & “OUTRA NEGRA FULÔ” – OLIVEIRA SILVEIRA.


 Os dois poemas, referem-se ao mesmo assunto: a mulher negra. O primeiro poema é citado no segundo décadas depois, em um jogo no qual sempre que o autor de um texto coloca um trecho de outro texto, no seu texto, ele está procurando retomar, na memória do leitor, lembranças, leituras anteriores, associações com o texto original. Isto quer dizer então que o autor ao utilizar esse diálogo, ou seja, ao citar trechos, fragmentos, ideias de outro autor, utiliza a chamada intertextualidade. Como podemos observar o poema “ESSA NEGRA FULÔ” – JORGE DE LIMA, tem como intenção de romper com o passado, o convencional nos versos Alexandrinos de doze sílabas poéticas (Alexandrino clássico ou Alexandrino francês) e busca uma linguagem com um vocabulário acessível, intrinsecamente brasileira, envolvente e principalmente comprometida com uma literatura sob princípios católicos e a problemática dos negros. O poeta denuncia a manifestação de grupos sociais desfavorecidos – os negros -, por meio de narrativas que mais parece cantigas (palavra cantada) no que tange à vivência d’essa negra Fulô, mulher que não fala, é passiva e inoperante no espaço tempo, no espaço ritual, onde ela imprime permanente celebração, exploração pelo seu “Sinhô/dono”; onde realizaria todas as tarefas: as da lavoura, da casa-grande, serviços domésticos à satisfação dos desejos sexuais. Por outro lado, “OUTRA NEGRA FULÔ” – OLIVEIRA SILVEIRA ( O poeta da Consciência Negra e um dos idealizadores do dia 20 de novembro, como dia da consciência negra – feriado nacional aqui em nosso país); chama nossa atenção para o que está posto em nossa constituição atual após a Lei Aurea Assinada “abolindo” a escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888. Em outras palavras, a declaração de ter direitos não garante a efetividade da cidadania. Ser cidadão é usufruir (ter acesso efetivo) aos direitos civis, políticos e sociais. Em resumo, algo negado aos negros em território brasileiro, possuindo uma série de lacunas e falhas desde a ausência de uma política educacional que vise à emancipação desses cidadãos, quanto aos salários justos, direito à saúde e sua representatividade parlamentar. O poeta da consciência negra, em “outra negra Fulô”, à semelhança de Sócrates em tempos de modernidade provoca e estimula aos leitores a buscar pelo conhecimento verdadeiro, incute na personagem negra, mulher com todas as suas fragilidades inerentes, a indignação/indagação necessária para uma revolta, um entendimento sobre justiça, palavra que deve ser aplicada à todas as pessoas. Desde então, a negra Fulô que encontramos nesse segundo poema procura exaltar uma mulher negra sob outra significação, outra ótica da diferença, armada com um discurso de resistência contra o explorador e de defesa de seus interesses. Para melhor compreender os dois poemas, temos que entender que é sob a base do erotismo, da sensualidade própria das mulheres, que essas duas personagens negras, com mesmo homônimo, se colocam em cada período da história (colonial e moderna/contemporânea), como se fosse a luz de uma estrela que cai cada vez nova em meio ao cenário caótico da escravidão ou da cultura racista, dos acontecimentos que correm através dos tempos. Devemos aprender com elas a resistência, longe de juízos de valores que discriminam as atitudes da primeira personagem de Jorge de Lima, uma mulher que sobrevive em meio a escravidão, tortura e fome; sendo conivente (fingindo não ver ou não perceber o mal que outrem pratica), a preferir a morte. A outra mulher negra de Oliveira Silveira, personagem questionadora, que tem seus valores dirigidos à realidade social, é capaz de ações que determinam no “explorador, machista – o homem com todos os seus interesses sejam materiais ou sexuais”, uma alienação tal, que muda de posição nesse processo. De explorador à explorado. Neste contexto, destacamos a realidade social e política do país (Brasil) daquela época, o avanço significativo pelo que vem passando, o papel da mulher no avanço democrático, na reflexão hermenêutica dessa mulher(es) constantemente encontradas no mundo contemporâneo.

Por: Jufran Alves Tomaz.

Mãe, em sua homenagem.




Juberlita

 

Justa em todas as ocasiões,

Uniu-se em matrimônio a um homem que lhe faz o

Bem.

Esperança de dias melhores para os seus,

Reina como emblema em seu pensar.

Liberdade na sua concepção depende da

Igualdade entre os homens.

Trabalhadora sempre foi, és.

Amo-te!

sábado, 10 de maio de 2014

 
Segredo
 
Chega à tarde
E recordo a cidade
Clima quente, sol a estalar
Suor  a descer na biqueira
Do meu rosto.
Atônito me vejo menino,
Franzino e cabeçudo.
Erotismo próprio dos brasileiros,
Desprezo para os ditos perfeitos,
Sal roubado para temperar
A manga madura que será degustada,
Passada de mão a mão entre amigos.

domingo, 4 de maio de 2014

 
 
 

Lembro-me de ti,
Pico do Cabugi,
Com muita saudade.
Paisagem a se destacar
Em meio à caatinga,
A seca.
Montanhas, planaltos e planícies
Encurvam-se
Perante sua soberania.
Foi testemunha
Da cidadezinha que cresceu
Em teu quintal.
Do lajedo do sertão
Ergueu-se tão bela,
Intitulada de Lajes
Com toda moção,
Teus munícipes te olham
Todos os dias
Com admiração.
E os transeuntes
Passam e te notam,
Te olham,
Admirados por vê-lo
Gigante;
Paredão de pedras,
Dedo amputado da
Mãe África e grudado
Em terras brasileiras.
Nosso pico do Cabugi!

 

quarta-feira, 30 de abril de 2014

 
 
 
 
 
A maioria dos profissionais de educação, assim como eu, está feliz pelo feriado de amanhã, mas sexta feira não é feriado e foram muitos os municípios que decretaram ponto facultativo. Olha que coisa boa! E os hipócritas nada de postarem nas redes sociais uma convocação em prol de darem aula em favor da melhoria da qualidade da educação, em consideração aos alunos?! Como falamos em ensinar nossos alunos por meio do exemplo de luta sindical a serem cidadãos politizados esses dias. Iremos dizer a eles na segunda feira, felizes que estão pelo feriado prolongado, que eles perderam mais um dia de aula? Acho que não. Apenas iremos fazer de conta de que eles já são críticos o suficiente para exigir reposição de aula na segunda feira, ou melhor, continuarem sorrindo como nós, sem acusações de nenhum dos lados. Afinal, quem mandou tá danado, quem obedece nessa situação é um amordaçado e quem escreve assim como eu é um odiado!

 
 
 
 
mAREZia

Em Arez o povo não fala
É falado, é inoperante,
Sob a presença violenta
Da linguagem intolerante
Do sinhô.

Se existe civilização
Na cidade silenciada?
Há seres humanos como receptáculos
De um discurso entre o dito e o não dito.

Para quebrarmos com esta
Passividade, superioridade,
Vamos à busca da alternância.
Deixa a roda gigante do tempo
Girar a ideologia da resistência.

Traço que especifica que toda farinha
Do mesmo saco,
Bons e ruins, massa homogênea,
É tolerada apenas pela suposta
Oxidação de reagir ou mudar o rumo das coisas.

 
 
Ser Homem Feminino

Sou gay,
Não por opção,
Nunca em momento
Algum,

Escolhi viver assim.
Sou gay
Não por orientação,
Meus pais não queriam
Que eu me vestisse de cetim.
É minha identidade
Inerente ao meu ser,
Verossimilhança tem
Com as minhas digitais
Que estão presas à pele,
Na ponta dos meus dedos.
 
 



Trabalho

Minha vida
É roubar coco,
Não tenho outra
Profissão a desejar.

Levo minha vida
Sempre a me
Esquivar,
Sou ladrão
De coco.
Não foi falta
De estudo,
Mas por meu
Coco seco estar.
 
Curiosidade

Meus alunos conhecem
Apenas duas letras
Do alfabeto: c & u.
Cumprem seu papel,

Na busca pelo anel
Que por ser de côro
Não encontramos em
Loja alguma,
Nem mesmo no céu.
Será que não percebem
Que “cu” pode vir a rimar
Com cuscuz, cumida
De verdade?




 
 
JUFRAN ALVES TOMAZ.

ASSIS, Machado de. Contos: a igreja do diabo. São Paulo: Ciranda Cultural, 2010. – (Clássicos da Literatura).

“Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.”
Machado de Assis.

PRIMEIRAS PALAVRAS

Nosso estudo apreciará de forma sucinta o gênero textual denominado conto literário numa concepção em que o narrador é apresentado no texto em análise (a igreja do diabo, de Machado de Assis), sob as ideias do norte-americano Norman Friedman (2002). Vale ressaltar que alguns conceitos mencionados aqui nos remetem às palavras do Doutor Andrey Pereira De Oliveira, citadas na apostila organizada para o curso de especialização em literatura Afro-Brasileira – UFRN, 2014.
Machado de Assis (1839-1908), representante do movimento literário denominado de “Realismo” no Brasil, por meio do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas e sob a influência de Tobias Barreto (Escola de Recife), Flaubert (romance Madame de Bovary), introduz por meio de seus contos o gosto pelo detalhe nas informações contidas em seus textos, favorecendo ao leitor curioso e interessado em suas obras, discussões que abordem os personagens para além da ficção, indo de encontro as determinações mais diretas, que emanariam dos problemas sociais diversos, de linguagem requintada sem deixar de forma amorfa a estrutura/norma popular da língua (variação linguística) em suas produções escritas. Características sociais que acompanham a própria humanidade como: privações e diferenciais de acesso a bens e serviços (em o alienista vemos o não recebimento de internos no manicômio), a pobreza associada à desigualdade social (em Quincas Borba, revelando um personagem pertencente à classe dominante economicamente da época, que impõe sempre sua superioridade sobre os mais pobres) e a perversa concentração de renda, revela-se numa dimensão mais complexa na obra de Machado de Assis – por meio da ironia, que aparece com o objetivo de denunciar, de criticar ou de censurar essa realidade. Para tal, o autor descreve a miséria, a desigualdade, a falta do indispensável com termos aparentemente valorizantes, mas com a finalidade de desvalorizar. A ironia convida o leitor ou o ouvinte, a ser ativo durante a leitura, para refletir sobre o tema e escolher uma determinada posição.
Segundo GOLDSTEIN (2006), tanto o conto quanto a novela podem abordar qualquer tipo de tema. É preciso problematizar o espaço social e considerá-lo como um campo complexo constituído pelas inúmeras variáveis que compõem as práticas sob as quais se estabelecem as relações entre os diversos grupos humanos de uma sociedade.

GÊNERO DA OBRA

Em “A Igreja Do Diabo”, conto dividido em quatro (04) capítulos, o Diabo por meio de seus conhecimentos, suas preocupações, sua dedicação em querer a todo custo agregar o máximo de seguidores possíveis à sua causa, encontra entusiasmo ao “ir ter com Deus para comunicá-lo a ideia” (ASSIS, 2010: p.07) de fundar uma instituição religiosa capaz de integrar de forma efetiva os seres humanos insatisfeitos com o modelo religioso vigente, que sistematiza a fé sob doutrinas teológicas, uma relação achegada com Deus, de íntima amizade, por aprenderem mais sobre “Ele” e cumprirem a sua vontade. Por isso, o Diabo certo de que a vaidade absorve-se na alegria que advém das mínimas vantagens pessoais, sem se dar conta dos verdadeiros valores morais, ressalta seu projeto de criação de uma igreja na qual possa ser adorado à verossimilhança do seu rival, Deus. Para o professor Andrey (Apostila/2014), “algo interessante que diz respeito à personagem de ficção é que, apesar de ela não ser um ser real, quando bem realizada por um escritor competente, ela transmite aos leitores a impressão de que são seres de verdade”.
A onisciência editorial é marcada pelos aspectos irônicos do narrador. O Diabo tenta em suas prédicas convencer os homens de sua doutrina, desconstruindo a má reputação que lhe atribuíram desde a gênesis da humanidade (relação Adão – Eva – Serpente, como símbolo ou personificação do Diabo). Como afirma ASSIS (Idem, p. 10):
“- Sim, sou o Diabo – repetia ele -; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdouro, fazei dele um troféu e um lábaro, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo…”
O Diabo preferiu comentar sua situação de desprezo oficializada pelo cânone sagrado (manuscritos bíblicos são utilizados como referências pelo narrador), como preconceito, desdém por parte de um Deus que influencia os escritores da obra, em sua totalidade, a simplesmente relega-lo ao segundo plano nessa epopeia narrativa em que o bem é representado por Deus e o mal pelo próprio Diabo.
A crítica do narrador, aqui, apresenta um Diabo intelectual, muito mais para ser refletido que, propriamente seguido. Sua representação consegue manter o leitor atento, tenso com o desenrolar da ação e é capaz de levá-lo ao entendimento das ideias que subjazem ao texto. Em verdade, o autor criou um Diabo com estilo diferenciado, inconfundível do que nos é apresentado na tradição cultural e de cunho religioso tradicional em nosso país, no mundo.
Assim, o primeiro capítulo revelam as angustias sofridas pelo Diabo frente a desorganização histórica da humanidade, decide fundar sua própria igreja e suas regras de fé. No segundo capítulo, é apresentado a Deus uma série de credenciais, informações meritocráticas da autoria do Diabo que devem indicar a garantia para concessão de uma nova instituição religiosa e titulação de líder religioso. Merece destaque que Deus mesmo discordando das ideias do rival de séculos, em nenhum momento deixa de considerar “liberum arbitrium” necessário para o Diabo seguir em frente em sua decisão. De acordo com ASSIS (2010: p. 09): “- Retórico e sutil! – Exclamou o Senhor. – Vai, vai, funda a tua igreja; chama todas as virtudes, recolhe todas as franjas, convoca todos os homens… Mas, vai! Vai!”
No terceiro capítulo, é dito aos homens o tipo de igreja que será estabelecida na terra, objeto que visa agregar multidões e multidões de homens aos cuidados do Diabo. “ A soberba, a luxuria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada” (Op. Cit. p. 10).
No último capítulo, o Diabo passivo diante da manifestação das pessoas em lhe desobedecerem, cometerem “pecados” ao retornarem à pratica do bem, sob manifestação crítica sobre o que para ele é um ponto obscuro, difícil de compreender, apresenta-se novamente a Deus, desejoso por uma explicação para o caos estabelecido em sua igreja. Finalmente, Deus indica ao Diabo o paralelismo que é necessário fazermos da realidade/ilusão, falso/verdadeiro, loucura e lucidez, a verdade das relações humanas e a mentira social. Não adianta o Diabo rebelar-se ao estabelecido, contra a ideia de que o homem é o que ele quer que seja. Ao tentar modificar essa estrutura da vida, os homens é quem lhe imporiam uma máscara (de fiéis discípulos), roubando-lhe a paz, sendo insubservientes aos seus caprichos.
Deus apoia-se no enigma humano que é lucidez/loucura, ser/parecer. Parafraseando Guimarães Rosa (1956): a ligeireza da vida, a corrida do tempo nos dá nó no estômago, a hidrólise diária, ora quente e noutra fria, provoca dor e alívio, é o impulso nervoso, o (des)controle humano. “Deus ouviu-o com infinita complacência; não o interrompeu, não o repreendeu, não triunfou, sequer, daquela agonia satânica. Pôs os olhos nele, e disse-lhe: - Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de algodão têm agora franjas de seda, como as de veludo tiveram franjas de algodão. Que queres tu? É a eterna contradição humana” (ASSIS, 2010: p. 13).

DEDUÇÃO FINAL

As sociedades que até hoje existiram tentaram explicar essas condutas antagônicas entre Deus e o Diabo pela via mais cômoda e menos eficiente, a saber, reprimindo as ações do anjo expulso do céu à terra, com o emprego da força – a palavra, de um Deus que fundiu no indivíduo sua vontade com a de seus pares (diversos líderes religiosos), mas utilizaram o meio errado: as brechas para a entrada no paraíso da serpente (o Diabo), que ajudaria no processo de tomada de consciência do casal humano que habitavam o lugar de sonhos. O conhecimento sobre o bem e o mal, adquirido por todos os homens. Logo, se todos os homens agora têm consciência argumentativa, Adão também adquiriu esse atributo. Por sua vez, Adão tem consciência do bem e do mal, do certo e errado, do amor e ódio, reconhece quem é Deus e o Diabo. Premissas inerentes ao homem desde sua origem.
Pode-se pensar o conto de Machado de Assis como uma sucessão de eventos, que marcam o estilo de escrever do autor, sobre as catástrofes e calamidades pela qual passam todos os seres humanos em determinado momento e a garantia de um novo dia, livre dessas intempéries. Alívio e pressão, bem e o mal estão a todo o momento se enfrentando na batalha às vezes invisível, mas real de nossas consciências; sob a máscara delicada usada pelos carrascos para enganar as suas vítimas ou na intenção da mão solidária em ajudar alguém. Os homens sobrevivem nessa paisagem/cenário “saturado” no qual se interligam por ligações complexas entre as muitas contradições que lhes pertencem, determinam seu modo de agir em sociedade e lhe indicam como flecha que atinge o centro do alvo (por meio de leis sociais, através da literatura), os elementos necessários para defenderem-se ou condenarem-se à uma vida em desarmonia com o “Estado” – a forma pela qual os grupos sociais se orientam para agirem em consenso ou sob repressão na sociedade.
Assim, as instituições religiosas, que sofrem também mediações do Estado e recebem uma forma política de organização (condições materiais - doutrinas, líderes, templos entre outros), promovem na ilusão/verdade, liberdade/escravidão, dá suporte a consciência humana que guia e até mesmo determina as ações individuais como base de sua estrutura social. Está de acordo com Deus e em desacordo com o Diabo é está em harmonia com sua própria consciência. O Diabo, que conhece bem o caminho para a consciência humana, tenta a todo custo prevalecer em meio aos conflitos que cria em nossa razão, prevalecer por provocar em nós ações revolucionárias de interesses particulares versus interesses gerais. Duplicidade de interesses que se entrecruzam na via do direito/dever, classes sociais antagônicas, alienação/politização, fé/ateísmo, na liberdade ou supressão religiosa de vida dos homens.

“O acaso... é um Deus e um diabo ao mesmo tempo.”
Machado de Assis.

REFERÊNCIAS:

ASSIS, Machado de. A Igreja do Diabo. Contos. São Paulo: Ciranda Cultural. 2010. (Clássicos da Literatura).

GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons, ritmos. 14 ed. ver. São Paulo: Ática, 2006.

ROSA, Guimarães. Grande Sertão: Veredas (1956), romance.

domingo, 20 de abril de 2014

 
 
 
 
 
Entre tantas reflexões que me vieram durante este dia, uma em especial me marcou – a "cruz" que carregamos. Como carregar dependurado em meu pescoço a marca do desprezo, a maldição e vingança de um povo sobre uma pessoa, julgada e considerada culpada em praça pública por crimes sem precedentes para sua época – por ser intitulado Rei? Não gosto de crucifixos, cruzes pela estrada (marcam espaços onde a dor prevaleceu, tornando a morte dona daquele metro quadrado de terra), cruzes nas igrejas. Olho para ela e vejo meu Cristo agonizando! Madeiro pesado, feito para torturar seres humanos, maus e bons, dependendo apenas de ordens superiores. Olho novamente, meu Cristo não está lá, foi o único que conseguiu escapar, rompeu com a rotina mortífera de execuções em massa, minha execução, nossa! A cruz vazia está, mas ainda existem milhões a esperar um novo Cristo para pendurarem no madeiro – esperam em vão, meu Cristo nunca mais retornará àquele monte caveira na repetição sacrifical, pois o que tinha de fazer por nós já fez. Não adianta querer assumir outra vez o lugar da cruz, ela ficará vazia para sempre, é propriedade comprada a preço de sangue, valor inestimável, campo de solidão, território de atração dos olhares humanos. Sou atraído constantemente a olhar para cruz, não por algum encantamento sublime, pela relevância de saber que meu Cristo morreu nela em meu lugar e dela desceu para nunca mais voltar.
Sou grato a Jesus Cristo por mais um ano de vida, por sua amizade, amor, misericórdia. Pelas horas de conversas íntimas que temos todos os dias. Eu te amo!

sábado, 12 de abril de 2014

 
 
 
Prétendre qu'il n'y a pas d'autre littérature mâle et femelle , mais il n'y a que la littérature n'est pas percevoir l'identité et de la culture établie dans le projet de loi créant l'art d'écrire . La littérature est semblable au silence , est énigmatique . Avec elle, je peux dire oui ou non . La même chose est une suppression du mot , mais pas la parole . Nous devons apprendre à parodier . La parodie est de déconstruire le discours de l'autre , en particulier la classe dirigeante . Pas la couleur de la peau qui définit l'être humain , est ce qui se trouve au-delà d'être noir , blanc ou jaune . C'est un homme ! Il ya des gens noirs de bonne moralité , tout comme il ya des blancs, sans caractère et vice versa . Un jour, deux amis dans la conversation de routine ont discuté de la question de la couleur . L'un d'eux dit: Je n'aime pas le noir . L'autre , qui à son tour se mit en colère d'être noir, dit si longtemps et maintenant nous sommes amis, vous me dites que vous n'aimez pas la couleur de ma peau ? L'ami a répondu , je vous aime trop ! En d'autres termes , goût et le respect de l'autre est au-delà de la couleur de peau . Je ne peux pas comprendre l'inclusion , dire non au racisme , si pas par le mélange . L'exclusion est factions basées uniquement .

domingo, 2 de março de 2014

 
Quero muito mais do que uma simples noite de carnaval, mais que uma fantasia momentânea de arlequim, serpentinas ou confetes jogados sobre mim, quero mais que beijos ou abraços de estranhos, sexo sem compromisso ou embriagues que me leve a perder meus sentidos. Quero uma noite de paz e um dia azul de esperanças de que um dia veremos a política de pão e circo sendo excluída de nossa sociedade, que possamos ter cultura de qualidade, cultura nossa, de brasileiro e não importada!
 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

 
Há uma força estranha na atmosfera, quem detém o poder urge controlar quem não dispôe de poder algum ou miseravelmente desconhece o poder que têm, devido o alto grau de repressão que vem sofrendo a vida toda. A política partidária é uma magia negra que ilude e inviabilisa multidões, leva-os à escuridão total, transformando em energia toda a dedicação daqueles seus seguidores, força motriz para os que irão permanecer nos mais altos escalões do poder. Esses poderosos são alimentados por elogios de bajuladores, pelo trabalho não remunerado de centenas de pessoas que necessitam serem olhadas e vistas algumas vezes por seu líder; semelhantes há pássaros presos em gaiolas, seu cântico canta uma música já cifrada, a melodia sempre é a mesma.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

 
 
 
Amo o sol, a chuva, o vento, o mar, a terra, o ar. Amo tanto amar, que muitas pessoas não entendem como cabe tanto amor em uma única pessoa. Amo pensar, pensamentos de amor que tomam conta do meu ser. Ao contrário do poeta famoso que escreveu sobre "amar"; o verbo "amar" é transitivo direto e não intransitivo - não possuem complementos. Eu preciso de complementos sempre! Não sou, não serei nunca completo em mim mesmo, por isso vivo amando e na busca constante do amor. Amo pessoas, nenhuma em especial. Em mim não tive oportunidade de assumir um caso com os adjuntos adverbiais que costumam acompanhar o verbo intransitivo - chegar, ir. Ir para algum lugar, eu nunca o levo, prefiro ir a algum lugar, no retorno incansável, solitário de quem ama sozinho. Sou assim mesmo, transitivo, direto ou indireto, sempre preciso de complemento, com ou sem preposição ou sentido, me faço amar constantemente!
 
Há quem acredite que Deus vira as costas para quem cai ou se prosta diante do pecado. Eu nao acredito nisso. Deus sempre fica atento a cada queda, as feridas profundas causadas pela desobediencia humana, a morte que espera ansiosa suas vítimas. Em cada momento desses citados anteriormente, vejo Deus colocar-se de joelhos para ficar da mesma autura do homem, podendo assim sussurrar ao pé do ouvido e dizer-lhe: levante-se.

 
 

Escuto cada coisa nessas formações de professores, tenho que escrever um livro qualquer tempo desses sobre "professor, profissão versus professor, pessoa".
Não sei de tudo, nem poderia querer ser o dono do conhecimento. Sou jovem demais para querer abarcar os sentimentos do mundo, a filosofia de séculos atrás. Sou humano e não maquina, não poderei arrancar do meu rosto as marcas da idade, nem das costas o peso que minha profissão de professor me impõem. Não usarei máscara de ferro na tentativa de esconder meu rosto dos projetos frustrados, planejamentos rasgados ou ideias que sucumbiram na subjetividade da sala de aula. Me mostrarei por inteiro, meus medos, desejos, possibilidades, informações literais e direi sem culpa alguma: eu sou professor! 
As aulas começaram e eu aqui na frenética ânsia de encontrar o novo aluno, a nova sala de aula (pintada pelo menos), um novo jeito de ensinar, uma nova ideia que venha transformar esses estudantes em cidadãos politizados. Paro, percebo que os manuais estão velhos demais, a sala de aula foi esquecida ate da maquiagem de costume, que a ideologia ficou esquecida em nome de um sistema, que meus alunos estão acomodados e que sonhar hoje em dia não passa de ilusões noturnas. Mas, em meio a esse turbilhão de contrários, surge a vontade de vencer e acordados realizamos juntos a travessia tênue entre o sonho e a realidade.