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quarta-feira, 30 de abril de 2014

 
 
 
 
 
A maioria dos profissionais de educação, assim como eu, está feliz pelo feriado de amanhã, mas sexta feira não é feriado e foram muitos os municípios que decretaram ponto facultativo. Olha que coisa boa! E os hipócritas nada de postarem nas redes sociais uma convocação em prol de darem aula em favor da melhoria da qualidade da educação, em consideração aos alunos?! Como falamos em ensinar nossos alunos por meio do exemplo de luta sindical a serem cidadãos politizados esses dias. Iremos dizer a eles na segunda feira, felizes que estão pelo feriado prolongado, que eles perderam mais um dia de aula? Acho que não. Apenas iremos fazer de conta de que eles já são críticos o suficiente para exigir reposição de aula na segunda feira, ou melhor, continuarem sorrindo como nós, sem acusações de nenhum dos lados. Afinal, quem mandou tá danado, quem obedece nessa situação é um amordaçado e quem escreve assim como eu é um odiado!

 
 
 
 
mAREZia

Em Arez o povo não fala
É falado, é inoperante,
Sob a presença violenta
Da linguagem intolerante
Do sinhô.

Se existe civilização
Na cidade silenciada?
Há seres humanos como receptáculos
De um discurso entre o dito e o não dito.

Para quebrarmos com esta
Passividade, superioridade,
Vamos à busca da alternância.
Deixa a roda gigante do tempo
Girar a ideologia da resistência.

Traço que especifica que toda farinha
Do mesmo saco,
Bons e ruins, massa homogênea,
É tolerada apenas pela suposta
Oxidação de reagir ou mudar o rumo das coisas.

 
 
Ser Homem Feminino

Sou gay,
Não por opção,
Nunca em momento
Algum,

Escolhi viver assim.
Sou gay
Não por orientação,
Meus pais não queriam
Que eu me vestisse de cetim.
É minha identidade
Inerente ao meu ser,
Verossimilhança tem
Com as minhas digitais
Que estão presas à pele,
Na ponta dos meus dedos.
 
 



Trabalho

Minha vida
É roubar coco,
Não tenho outra
Profissão a desejar.

Levo minha vida
Sempre a me
Esquivar,
Sou ladrão
De coco.
Não foi falta
De estudo,
Mas por meu
Coco seco estar.
 
Curiosidade

Meus alunos conhecem
Apenas duas letras
Do alfabeto: c & u.
Cumprem seu papel,

Na busca pelo anel
Que por ser de côro
Não encontramos em
Loja alguma,
Nem mesmo no céu.
Será que não percebem
Que “cu” pode vir a rimar
Com cuscuz, cumida
De verdade?




 
 
JUFRAN ALVES TOMAZ.

ASSIS, Machado de. Contos: a igreja do diabo. São Paulo: Ciranda Cultural, 2010. – (Clássicos da Literatura).

“Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.”
Machado de Assis.

PRIMEIRAS PALAVRAS

Nosso estudo apreciará de forma sucinta o gênero textual denominado conto literário numa concepção em que o narrador é apresentado no texto em análise (a igreja do diabo, de Machado de Assis), sob as ideias do norte-americano Norman Friedman (2002). Vale ressaltar que alguns conceitos mencionados aqui nos remetem às palavras do Doutor Andrey Pereira De Oliveira, citadas na apostila organizada para o curso de especialização em literatura Afro-Brasileira – UFRN, 2014.
Machado de Assis (1839-1908), representante do movimento literário denominado de “Realismo” no Brasil, por meio do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas e sob a influência de Tobias Barreto (Escola de Recife), Flaubert (romance Madame de Bovary), introduz por meio de seus contos o gosto pelo detalhe nas informações contidas em seus textos, favorecendo ao leitor curioso e interessado em suas obras, discussões que abordem os personagens para além da ficção, indo de encontro as determinações mais diretas, que emanariam dos problemas sociais diversos, de linguagem requintada sem deixar de forma amorfa a estrutura/norma popular da língua (variação linguística) em suas produções escritas. Características sociais que acompanham a própria humanidade como: privações e diferenciais de acesso a bens e serviços (em o alienista vemos o não recebimento de internos no manicômio), a pobreza associada à desigualdade social (em Quincas Borba, revelando um personagem pertencente à classe dominante economicamente da época, que impõe sempre sua superioridade sobre os mais pobres) e a perversa concentração de renda, revela-se numa dimensão mais complexa na obra de Machado de Assis – por meio da ironia, que aparece com o objetivo de denunciar, de criticar ou de censurar essa realidade. Para tal, o autor descreve a miséria, a desigualdade, a falta do indispensável com termos aparentemente valorizantes, mas com a finalidade de desvalorizar. A ironia convida o leitor ou o ouvinte, a ser ativo durante a leitura, para refletir sobre o tema e escolher uma determinada posição.
Segundo GOLDSTEIN (2006), tanto o conto quanto a novela podem abordar qualquer tipo de tema. É preciso problematizar o espaço social e considerá-lo como um campo complexo constituído pelas inúmeras variáveis que compõem as práticas sob as quais se estabelecem as relações entre os diversos grupos humanos de uma sociedade.

GÊNERO DA OBRA

Em “A Igreja Do Diabo”, conto dividido em quatro (04) capítulos, o Diabo por meio de seus conhecimentos, suas preocupações, sua dedicação em querer a todo custo agregar o máximo de seguidores possíveis à sua causa, encontra entusiasmo ao “ir ter com Deus para comunicá-lo a ideia” (ASSIS, 2010: p.07) de fundar uma instituição religiosa capaz de integrar de forma efetiva os seres humanos insatisfeitos com o modelo religioso vigente, que sistematiza a fé sob doutrinas teológicas, uma relação achegada com Deus, de íntima amizade, por aprenderem mais sobre “Ele” e cumprirem a sua vontade. Por isso, o Diabo certo de que a vaidade absorve-se na alegria que advém das mínimas vantagens pessoais, sem se dar conta dos verdadeiros valores morais, ressalta seu projeto de criação de uma igreja na qual possa ser adorado à verossimilhança do seu rival, Deus. Para o professor Andrey (Apostila/2014), “algo interessante que diz respeito à personagem de ficção é que, apesar de ela não ser um ser real, quando bem realizada por um escritor competente, ela transmite aos leitores a impressão de que são seres de verdade”.
A onisciência editorial é marcada pelos aspectos irônicos do narrador. O Diabo tenta em suas prédicas convencer os homens de sua doutrina, desconstruindo a má reputação que lhe atribuíram desde a gênesis da humanidade (relação Adão – Eva – Serpente, como símbolo ou personificação do Diabo). Como afirma ASSIS (Idem, p. 10):
“- Sim, sou o Diabo – repetia ele -; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdouro, fazei dele um troféu e um lábaro, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo…”
O Diabo preferiu comentar sua situação de desprezo oficializada pelo cânone sagrado (manuscritos bíblicos são utilizados como referências pelo narrador), como preconceito, desdém por parte de um Deus que influencia os escritores da obra, em sua totalidade, a simplesmente relega-lo ao segundo plano nessa epopeia narrativa em que o bem é representado por Deus e o mal pelo próprio Diabo.
A crítica do narrador, aqui, apresenta um Diabo intelectual, muito mais para ser refletido que, propriamente seguido. Sua representação consegue manter o leitor atento, tenso com o desenrolar da ação e é capaz de levá-lo ao entendimento das ideias que subjazem ao texto. Em verdade, o autor criou um Diabo com estilo diferenciado, inconfundível do que nos é apresentado na tradição cultural e de cunho religioso tradicional em nosso país, no mundo.
Assim, o primeiro capítulo revelam as angustias sofridas pelo Diabo frente a desorganização histórica da humanidade, decide fundar sua própria igreja e suas regras de fé. No segundo capítulo, é apresentado a Deus uma série de credenciais, informações meritocráticas da autoria do Diabo que devem indicar a garantia para concessão de uma nova instituição religiosa e titulação de líder religioso. Merece destaque que Deus mesmo discordando das ideias do rival de séculos, em nenhum momento deixa de considerar “liberum arbitrium” necessário para o Diabo seguir em frente em sua decisão. De acordo com ASSIS (2010: p. 09): “- Retórico e sutil! – Exclamou o Senhor. – Vai, vai, funda a tua igreja; chama todas as virtudes, recolhe todas as franjas, convoca todos os homens… Mas, vai! Vai!”
No terceiro capítulo, é dito aos homens o tipo de igreja que será estabelecida na terra, objeto que visa agregar multidões e multidões de homens aos cuidados do Diabo. “ A soberba, a luxuria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada” (Op. Cit. p. 10).
No último capítulo, o Diabo passivo diante da manifestação das pessoas em lhe desobedecerem, cometerem “pecados” ao retornarem à pratica do bem, sob manifestação crítica sobre o que para ele é um ponto obscuro, difícil de compreender, apresenta-se novamente a Deus, desejoso por uma explicação para o caos estabelecido em sua igreja. Finalmente, Deus indica ao Diabo o paralelismo que é necessário fazermos da realidade/ilusão, falso/verdadeiro, loucura e lucidez, a verdade das relações humanas e a mentira social. Não adianta o Diabo rebelar-se ao estabelecido, contra a ideia de que o homem é o que ele quer que seja. Ao tentar modificar essa estrutura da vida, os homens é quem lhe imporiam uma máscara (de fiéis discípulos), roubando-lhe a paz, sendo insubservientes aos seus caprichos.
Deus apoia-se no enigma humano que é lucidez/loucura, ser/parecer. Parafraseando Guimarães Rosa (1956): a ligeireza da vida, a corrida do tempo nos dá nó no estômago, a hidrólise diária, ora quente e noutra fria, provoca dor e alívio, é o impulso nervoso, o (des)controle humano. “Deus ouviu-o com infinita complacência; não o interrompeu, não o repreendeu, não triunfou, sequer, daquela agonia satânica. Pôs os olhos nele, e disse-lhe: - Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de algodão têm agora franjas de seda, como as de veludo tiveram franjas de algodão. Que queres tu? É a eterna contradição humana” (ASSIS, 2010: p. 13).

DEDUÇÃO FINAL

As sociedades que até hoje existiram tentaram explicar essas condutas antagônicas entre Deus e o Diabo pela via mais cômoda e menos eficiente, a saber, reprimindo as ações do anjo expulso do céu à terra, com o emprego da força – a palavra, de um Deus que fundiu no indivíduo sua vontade com a de seus pares (diversos líderes religiosos), mas utilizaram o meio errado: as brechas para a entrada no paraíso da serpente (o Diabo), que ajudaria no processo de tomada de consciência do casal humano que habitavam o lugar de sonhos. O conhecimento sobre o bem e o mal, adquirido por todos os homens. Logo, se todos os homens agora têm consciência argumentativa, Adão também adquiriu esse atributo. Por sua vez, Adão tem consciência do bem e do mal, do certo e errado, do amor e ódio, reconhece quem é Deus e o Diabo. Premissas inerentes ao homem desde sua origem.
Pode-se pensar o conto de Machado de Assis como uma sucessão de eventos, que marcam o estilo de escrever do autor, sobre as catástrofes e calamidades pela qual passam todos os seres humanos em determinado momento e a garantia de um novo dia, livre dessas intempéries. Alívio e pressão, bem e o mal estão a todo o momento se enfrentando na batalha às vezes invisível, mas real de nossas consciências; sob a máscara delicada usada pelos carrascos para enganar as suas vítimas ou na intenção da mão solidária em ajudar alguém. Os homens sobrevivem nessa paisagem/cenário “saturado” no qual se interligam por ligações complexas entre as muitas contradições que lhes pertencem, determinam seu modo de agir em sociedade e lhe indicam como flecha que atinge o centro do alvo (por meio de leis sociais, através da literatura), os elementos necessários para defenderem-se ou condenarem-se à uma vida em desarmonia com o “Estado” – a forma pela qual os grupos sociais se orientam para agirem em consenso ou sob repressão na sociedade.
Assim, as instituições religiosas, que sofrem também mediações do Estado e recebem uma forma política de organização (condições materiais - doutrinas, líderes, templos entre outros), promovem na ilusão/verdade, liberdade/escravidão, dá suporte a consciência humana que guia e até mesmo determina as ações individuais como base de sua estrutura social. Está de acordo com Deus e em desacordo com o Diabo é está em harmonia com sua própria consciência. O Diabo, que conhece bem o caminho para a consciência humana, tenta a todo custo prevalecer em meio aos conflitos que cria em nossa razão, prevalecer por provocar em nós ações revolucionárias de interesses particulares versus interesses gerais. Duplicidade de interesses que se entrecruzam na via do direito/dever, classes sociais antagônicas, alienação/politização, fé/ateísmo, na liberdade ou supressão religiosa de vida dos homens.

“O acaso... é um Deus e um diabo ao mesmo tempo.”
Machado de Assis.

REFERÊNCIAS:

ASSIS, Machado de. A Igreja do Diabo. Contos. São Paulo: Ciranda Cultural. 2010. (Clássicos da Literatura).

GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons, ritmos. 14 ed. ver. São Paulo: Ática, 2006.

ROSA, Guimarães. Grande Sertão: Veredas (1956), romance.

domingo, 20 de abril de 2014

 
 
 
 
 
Entre tantas reflexões que me vieram durante este dia, uma em especial me marcou – a "cruz" que carregamos. Como carregar dependurado em meu pescoço a marca do desprezo, a maldição e vingança de um povo sobre uma pessoa, julgada e considerada culpada em praça pública por crimes sem precedentes para sua época – por ser intitulado Rei? Não gosto de crucifixos, cruzes pela estrada (marcam espaços onde a dor prevaleceu, tornando a morte dona daquele metro quadrado de terra), cruzes nas igrejas. Olho para ela e vejo meu Cristo agonizando! Madeiro pesado, feito para torturar seres humanos, maus e bons, dependendo apenas de ordens superiores. Olho novamente, meu Cristo não está lá, foi o único que conseguiu escapar, rompeu com a rotina mortífera de execuções em massa, minha execução, nossa! A cruz vazia está, mas ainda existem milhões a esperar um novo Cristo para pendurarem no madeiro – esperam em vão, meu Cristo nunca mais retornará àquele monte caveira na repetição sacrifical, pois o que tinha de fazer por nós já fez. Não adianta querer assumir outra vez o lugar da cruz, ela ficará vazia para sempre, é propriedade comprada a preço de sangue, valor inestimável, campo de solidão, território de atração dos olhares humanos. Sou atraído constantemente a olhar para cruz, não por algum encantamento sublime, pela relevância de saber que meu Cristo morreu nela em meu lugar e dela desceu para nunca mais voltar.
Sou grato a Jesus Cristo por mais um ano de vida, por sua amizade, amor, misericórdia. Pelas horas de conversas íntimas que temos todos os dias. Eu te amo!

sábado, 12 de abril de 2014

 
 
 
Prétendre qu'il n'y a pas d'autre littérature mâle et femelle , mais il n'y a que la littérature n'est pas percevoir l'identité et de la culture établie dans le projet de loi créant l'art d'écrire . La littérature est semblable au silence , est énigmatique . Avec elle, je peux dire oui ou non . La même chose est une suppression du mot , mais pas la parole . Nous devons apprendre à parodier . La parodie est de déconstruire le discours de l'autre , en particulier la classe dirigeante . Pas la couleur de la peau qui définit l'être humain , est ce qui se trouve au-delà d'être noir , blanc ou jaune . C'est un homme ! Il ya des gens noirs de bonne moralité , tout comme il ya des blancs, sans caractère et vice versa . Un jour, deux amis dans la conversation de routine ont discuté de la question de la couleur . L'un d'eux dit: Je n'aime pas le noir . L'autre , qui à son tour se mit en colère d'être noir, dit si longtemps et maintenant nous sommes amis, vous me dites que vous n'aimez pas la couleur de ma peau ? L'ami a répondu , je vous aime trop ! En d'autres termes , goût et le respect de l'autre est au-delà de la couleur de peau . Je ne peux pas comprendre l'inclusion , dire non au racisme , si pas par le mélange . L'exclusion est factions basées uniquement .