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sábado, 14 de fevereiro de 2015



Já é carnaval

Barulho e marchinhas se unem na boca e espalham-se pelas ruas das cidades.

O povo grita de felicidade ou nutridos pelo álcool que abastece os foliões, em sincronia descem e sobem como “muriçocas” em zigue-zague pelas ruas e ladeiras.

O sexo aflora, sentimos seu cheiro nas esquinas, ao caminhar pelas calçadas e praças, tudo está à mostra.

É nesses quatro dias que descobrimos os mais ardentes desejos de pessoas que vivem por esconder debaixo de sete chaves sentimentos, emoções. Homens vestindo-se de mulheres e mulheres de homens, em um troca troca de roupas, personalidades ou ilusão.

Os fiéis religiosos disparam seus olhares de acusação, sentem-se protegidos nos retiros, em casas de oração; por outro lado, sufocam ou não os mesmos desejos do então “monstro da carne” em seus corações. A negação vem rapidamente ao lerem esse texto, fruto da imaginação abalada pela literatura que os denunciam e anuncia sua própria escravidão [...] Ser livre é voar sem medo da escuridão! É guiar-se durante o voo por entre os montes da devassidão sem chocar-se aos mesmos.

Já é carnaval!

E o povo canta para esquecer as tristezas.

O gari levanta seu estandarte na avenida movimentada, mas não é reverenciado, a catadora de latinhas passa sob os olhares mil e não é ovacionada; os seguranças são vistos como paredões de concreto e nada mais.

E segue a passista “nua” na avenida e desejada como a água que falta em nossas casas.

Carnaval é festa, se do cão? Só se for àquele acorrentado dentro de sua própria casa, na casinha chamada “mente” – cérebro!