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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Nos teus pavilhões pequeninos,
Estreitos caminhos que conduzem ao conhecimento.
Desprezada por tantos que diminutamente te chamam
Escolinha!
Tens nome de gigante - empreendedor de sucesso,

És Clidenor Lima...
Figura cosmopolita
Que empresta vigorosamente seu nome.
Sim, teu cheiro colégio amado sente-se de longe,
Na menina do Guaraíras,
No aluno que vem das Areias,
Nos profissionais de longe e perto que chegam apressados,
Nos estudantes que passam em tuas calçadas em direção contrária.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Na escola da vida sou apenas aprendiz e muitos teimam em querer que eu seja professor. Os mestres que me perdoem, sou ainda menino... Sou alguém solitário mas não errante por caminhos mil. Sou homem sozinho e não venham tentar me convencer que Deus criou todos os seres humanos com uma alma gêmea, com uma cara metade! Eu nasci para viver sozinho!

sábado, 29 de outubro de 2016







Extremamente feliz ao receber o convite da turma concluinte do curso de pedagogia -  Faibra - 2015.2, polo de Santana do Matos - RN, para celebração e ou solenidades de formatura 🎓 dos graduandos nesse inicio de mês de novembro. Fiquei ainda mais comovido em saber que os estudantes da turma II escolheram o meu nome - uma menção honrosa - para representar essa turma de "pedagogos". Que honra receber tão alto reconhecimento em uma época em que a educação e seus protagonistas - os professores, são por vezes mutilados intelectualmente na sua práxis pedagógica, no pensar uma educação que ultrapasse o limiar da dependência de novas tecnologias, o agir do professor e que supere a ausência de vontade dos indivíduos em quererem aprenderem. Um dos fantasmas da educação é reproduzirmos em nossas salas de aula, uma aula copiada. Ensinarmos o que já está a disposição nos livros, na internet entre outros. É isso o que impera ainda em muitas salas de aulas, aulas "normais" apoiadas e recomendadas pela maioria dos pais desses alunos, pelos técnicos que fazem a (bur)rocracia. É por saber do nível excelente de formação desses novos pedagogos, de nossa história de estudos e vivências ao longo desses anos de curso, que aceito tão carinhosamente essa homenagem, com responsabilidade e certo de que cada um dos formandos estão ou irão em sua prática profissional produzir conhecimentos com seus alunos, desejo de pesquisa, busca pelo novo, pela autoria e reconstrução das coisas. Em breve nos encontraremos e agradecerei e parabenizarei um a um, face a face, essa vitória ímpar!

sexta-feira, 26 de agosto de 2016


"Mas o que há assim de tão perigoso por as pessoas falarem, qual o perigo dos discursos se multiplicarem indefinidamente? Onde é que está o perigo? É esta a hipótese que eu queria apresentar, esta tarde, para situar o lugar — ou talvez a antecâmara — do trabalho que faço: suponho que em toda a sociedade a produção do discurso é simultaneamente controlada, selecionada, organizada e redistribuída por um certo número de procedimentos que têm por papel exorcizar-lhe os poderes e os perigos, refrear-lhe o acontecimento aleatório, disfarçar a sua pesada, temível materialidade. É claro que sabemos, numa sociedade como a nossa, da existência de procedimentos de exclusão. O mais evidente, o mais familiar também, é o interdito. Temos consciência de que não temos o direito de dizer oque nos apetece, que não podemos falar de tudo em qualquer circunstância, que quem quer que seja, finalmente, não pode falar do que quer que seja. Tabu do objeto, ritual da circunstância, direito privilegiado ou exclusivo do sujeito que fala: jogo de três tipos de interditos que se cruzam, que se reforçam ou que se compensam, formando uma grelha complexa que está sempre a modificar-se. Basta-me referir que, nos dias que correm, as regiões onde a grelha mais se aperta, onde os quadrados negros se multiplicam, são as regiões da sexualidade e as da política: longe de ser um elemento transparente ou neutro no qual a sexualidade se desarma e a política se pacifica, é como se o discurso fosse um dos lugares onde estas regiões exercem, de maneira privilegiada, algumas dos seus mais temíveis poderes. O discurso, aparentemente, pode até nem ser nada de por aí além, mas no entanto, os interditos que o atingem, revelam, cedo, de imediato, o seu vínculo ao desejo e o poder. E com isso não há com que admirarmo-nos: uma vez que o discurso — a psicanálise mostrou-o —, não é simplesmente o que manifesta (ou esconde) o desejo; é também aquilo que é objeto do desejo; e porque — e isso a história desde sempre o ensinou — o discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas é aquilo pelo qual e com o qual se luta, é o próprio poder de que procuramos assenhorear-nos." A Ordem do Discurso - Michel Foucault.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Feriado de Corpus Christi  passou e a lição que fica para mim não é a diferença entre o modo de celebrar a ceia do SENHOR, se através da hóstia ou com pão e vinho. Não é apenas rememorar a morte de JESUS CRISTO ou momento de ficarmos extasiados pelo poder do ESPÍRITO SANTO. Para mim é o encontro com essas três pessoas distintas e que se reúnem em um só, na busca pela cura das feridas abertas dos homens e mulheres que sofrem. E entre tantos instrumentos utilizados por esse DEUS, Ele usa os próprios seres humanos, nesse processo fantástico de ligação entre o criador e a criatura. Cabe a nós decidirmos se queremos ser curados, se somos e queremos ser instrumentos nas mãos desse DEUS. A escolha é nossa!

Chega de tentativas frustradas em querer retirar da cruz o corpo do Mestre. Ainda não percebestes? Não consegues enxergar? Ele não está mais lá... Quantas idas ao sepulcro, indagações ao jardineiro/coveiro - onde o puseram? Quantidade de vezes você tem percorrido o caminho de Emaús em busca da companhia do viajante solitário! Ou dezenas de vezes tem estado de frente a praia a contemplar as ondas baterem nas pedras de suas indagações, sem saber como será o amanhã. Assim, chegando o fim desse dia, quando a noite surge com punhaladas em nosso pensar, perguntamos onde estás?! Adormecemos tranquilamente com a certeza de que Ele está bem pertinho de nós - nos outros que não cedem espaço para o mal.

segunda-feira, 4 de abril de 2016


Todo dia é dia de agradecer mais a Deus e pedir muito menos! Mais uma vez quero agradecer a Deus por sua infinita misericórdia para comigo. Hoje, como de costume me levanto ainda de madrugada para ir até a cidade onde trabalho. Faço isso com satisfação, pois amo o que faço. Mesmo nem sempre concordando com as voltas que o mundo dá e uma dessas ter me levado para uma cidade bem distante da minha de origem! Bom, fui e trabalhei e ao voltar, fazendo o percurso por Goianinha para diminuir o espaço de tempo gasto com a viagem, já que estudo a tarde, na ida para Natal me deparo com dois caras armados e se preparando para assaltar o pessoal no ônibus. Momento de terror ver àqueles dois iniciando a abordagem aos passageiros no interior do veículo. De imediato, sem pestanejar e aproveitando o momento em que o ônibus parava para subir mais passageiros, não pensei duas vezes e desci ali mesmo, ao ermo! Alivio, nervosismo e uma mistura de pânico por está bem. E os outros? A viagem continuava e creio que eles não tiveram a mesma sorte que eu. Todos os dias passamos por essa angústia... Aí, chego em casa e me deparo com dezenas de mensagens sobre a morte/assassinato do colega de profissão - Professor Alcivan Medeiros da Silva, algo que tira o tapete de debaixo dos nossos pés. Me lembrei logo daquele livro: "mentes perigosas: o psicopata mora ao lado" de Ana Beatriz Barbosa Silva. "Frios, manipuladores, cruéis e destituídos de compaixão, culpa ou remorso. Utilizam-se de seu charme e de sua inteligência para impressionar, seduzir e enganar quem atravessa seu caminho. Estão camuflados de executivos bem-sucedidos, bons políticos, bons amigos, pais e mães de família, e não costumam levantar suspeitas sobre quem realmente são - inclusive alguns religiosos fundamentalistas! Estes são os psicopatas..." Pensei como tentamos ser vigilantes e tornamo-nos inocentes em achar que nunca algo de errado poderá acontecer conosco. Enganamo-nos! Lutero, questionou por vezes os posicionamentos em relação ao suicídio de religiosos, o modo como a Igreja católica Romana, tratava seus fiéis que cometessem tal ato e até mesmo o assassinato de inocentes em meio a uma densa floresta. Deus não estaria a contemplar a vítima diante do seu algoz? Onde estaria Deus? Taparia seus ouvidos para não ouvir os gritos de socorro? Não se desesperem caros leitores, esse Deus de quem vos escrevo nunca nos deixa sozinho! Ainda que horripilante seja a forma como nos sobrevém o mal, Ele - Deus, estará segurando a mão frágil de todo aquele/a que passa pelo vale da sombra da morte... Me solidarizo aos familiares e amigos do professor. Adormeço na esperança de que amanhã será um novo dia, bem melhor do que hoje. Grito e anuncio à todos quantos estarão lendo essas palavras: "não há Deus maior em poder e melhor amigo do que Jeová - O DEUS de Isaque, Jacó e Abraão! "

segunda-feira, 28 de março de 2016



Estudar política observando a estrutura social Kachin e Chans - Alta Birmânia, é romper com um contexto positivista estabelecido e enfrentarmos as contradições existentes em cada região sob investigação. Sob que circunstâncias podemos dizer de duas sociedades vizinhas A e B que essas duas sociedades têm estruturas sociais fundamentalmente distintas, enquanto entre duas outras sociedades C e D podemos afirmar que nessas duas sociedades a estrutura social é essencialmente a mesma? Enquanto de um lado, pesquisador e sempre usaram o conceito de estrutura social como uma categoria por meio da qual se pode comparar uma sociedade com outra, tratando-as como se elas existissem durante todo o tempo em equilíbrio estável, percebemos e descrevemos por outro lado que sociedades reais não podem jamais estar em equilíbrio. Precisamos observar as ideias sobre a distribuição de poder entre pessoas e grupos de pessoas na forma de fazer cultura, na situação demográfica, econômica, ecológica e de politica externa dessas sociedades reais no tempo (história) e no espaço (ambiente) em constante mudança. Reforço: Toda sociedade real, seja a Kachins ou Chans, Gumsa ou Gumlao, com sistema político democrático, anarquista ou monárquico passam por mudanças de cunho coerente com uma continuidade da ordem existente ou por vezes, refletem modificações na estrutura social formal. Precisamos de mudanças deste último tipo aqui no Brasil!

Penso que quando não me comprometo com meu grupo ou classe, e fico a espreitar a exposição cruel dos mais próximos a mim na guerra violenta por direitos, acabo por me transformar naquela rapariga que substitui a venda de pano pelos óculos escuros.
"A rapariga dos óculos escuros – “Mãezinha, paizinho…Não está ninguém, disse a rapariga dos óculos escuros, e desatou-se a chorar encostada à porta…, não tivéssemos nós aprendido o suficiente do complicado que é o espírito humano, e estranharíamos que queira tanto a seus pais, ao ponto destas demonstrações de dor, uma rapariga de costumes tão livres..." José Saramago - Ensaio sobre a cegueira.

Ao deitar e ainda estudando o livro de Clifford Greertz - O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa, recordo Machado de Assis ao afirmar que: A liberdade não é surda-muda nem paralítica. Ela vive, ela fala, ela bate as mãos, ela ri, ela assobia, ela clama, ela vive da vida. Boa noite!


Chegando agora em Natal depois de um fim de semana na casa dos meus pais. Hoje, reflito e aproveito cada momento com meus familiares, irmãos, primos, tios e principalmente com meus pais. Percebo como perdi tempo com tantas outras coisas na minha adolescência e dediquei tão pouco tempo a ouvi-los. É aí que paro e busco a cada folga, feriado ou ligações, sentir o gosto de saborear a presença deles comigo. Chega um tempo que não há mais tempo para estarmos longe uns dos outros, precisamos estar de mãos dadas, nesse jornadear finito pela terra!

"... Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? 
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa! 
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! 
Génio? Neste momento 
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu, 
E a história não marcará, quem sabe?, nem um, 
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. 
Não, não creio em mim. 
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas! 
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? 
Não, nem em mim... 
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo 
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?" 

(Fragmento) Álvaro de Campos, in "Poemas" 
Heterónimo de Fernando Pessoa.



Nota: Recebi sexta-feira com tremenda dor na alma e tristeza a notícia de sua partida querida amiga Verônica... Quantos a julgaram, desprezaram-na, não compreenderam seu silêncio? Silenciosamente nos deixastes rumo ao além e nenhuma nota nas redes sociais, a bandeira do município ou da escola onde trabalhavas não tremulou em homenagem de adeus por ti. Não eras "ninguém" para muitos ou apenas um corpo que precisava de descarte e por isso providencias foram tomadas por piedade cristã na hora de transportá-la à terra... E a igreja onde tu confessou e entregou sua vida ao Cristo Ressuscitado? Por lá não passasses, fostes acolhida sob o olhar de imagens inertes, forçasses entrar em uma igreja e encontrastes uma. Oh! Como meu peito estremeceu com essa notícia. Quantas confissões fizemos um ao outro sob o telhado do Céu na esperança de que um dia eu, você veríamos as lutas findarem e um novo amanhecer vitorioso chegar. Amiga, não pude visitá-la, flores não levei ao teu leito, mas palavras te confio, na certeza de que quem tem Jesus Cristo não morre jamais, apenas dorme a esperar o dia raiar, quando Ele a semelhança das histórias de príncipes e princesas irá lhe despertar do sono com palavras: vem amada minha, eu vim te buscar!

segunda-feira, 7 de março de 2016

Amanhã será o Dia Internacional das Mulheres, deixo aqui minha homenagem a todas, sem exceção. Sejam eternamente damas!

Grande desejo
Adélia Prado

Não sou matrona, mãe dos Gracos, Cornélia,
sou mulher do povo, mãe de filhos, Adélia.
Faço comida e como.
Aos domingos bato o osso no prato pra chamar cachorro
e atiro os restos.
Quando dói, grito ai.
quando é bom, fico bruta,
as sensibilidades sem governo.
Mas tenho meus prantos,
claridades atrás do meu estômago humilde
e fortíssima voz pra cânticos de festa.
Quando escrever o livro com o meu nome
e o nome que eu vou pôr nele, vou com ele a uma igreja,
a uma lápide, a um descampado,
para chorar, chorar, e chorar,
requintada e esquisita como uma dama.