Não
são raras as vezes que nos deparamos com Padres de alguns municípios
recomendarem aos políticos locais ou organizadores de eventos festivos durante
atos comemorativos – festas de padroeiros/as, que as mesmas ocorram distantes
de Igrejas e que observem também nas redondezas desses eventos públicos/particularidades
a presença de idosos, enfermos ou hospitais respeitando-os. Tudo no intuito de
preservar o patrimônio público, a paz e saúde mental desses cidadãos. Mas, o
que se observa é que esses sacerdotes, pastores entre outros lideres
religiosos, por vezes são rechaçados quando se pronunciam sobre esse tema.
Tidos
por arrogantes, religiosos tradicionais, os mesmos são menosprezados!
Após
ver as imagens que circulam nas redes sociais sobre o ocorrido em Angicos – RN,
durante a festa em comemoração a São José; é nítida a necessidade desses
promotores de eventos reverem os locais para realização de suas festas, como é
bom ouvir e obedecer a seus sacerdotes.
O
jovem a meu ver, que aparece dançando ao lado do símbolo religioso, talvez
estivesse buscando ser visto; demonstrar sua performance enquanto rebolava, ser
destaque (o que de fato acabou ocorrendo), sem o intuito de desrespeitar o
símbolo religioso em ascensão no centro das festividades. Duvido que o jovem
tenha dado conta do que estava fazendo com o símbolo religioso! E se tinha
ingerido bebida alcoólica (algo tido como normal nessas ocasiões), o mesmo se
deixou levar pelo entusiasmo, som, dança e seu desejo de diversão.
E
o Cristo, o que tem haver com isso tudo? Perplexo, fixo em seu lugar e sem
fazer qualquer juízo de valor, acolhe o rapaz como qualquer pai que observa seu
filho alegre e saltitante divertir-se sob o olhar atento de quem lhe deu vida!
Quanta
hipocrisia percebo nos comentários dos “fariseus” pedindo punição, condenação
para esse rapaz. Esquecem o verdadeiro significado do perdão rezado horas antes
durante a missa de São José. Engolem a “Hóstia Consagrada – o Cristo Vivo”
rapidamente, para minutos depois embebedarem-se, colocarem a boca sei lá em que
[...] beijam os pés da imagem de São José com tanto puritanismo para depois
esquecê-lo entre uma música e outra em meio à praça da matriz. São pessoas que
esquecem o significado da palavra empatia. Sentem-se confortáveis em filmarem,
julgarem quem quer que seja sem filtro algum. Mas incapazes de amar e verificar
que dividem o mesmo espaço comum do que eles afirmam ser errado.
Por
que não retiraram o jovem de lá? Quem o orientou ou chamou-o a razão? Quantos
não se divertiram ao vê-lo descontraído a sombra do Cristo de Pedra?
Enquanto
a praça onde ocorreu a adoração ao padroeiro transforma-se em lugar de
profanação, surge os santos que estão agora a apedrejar o infeliz que só queria
dançar!
Não
quero aqui me tornar advogado de ninguém, apenas quero refletir um pouco com
você querido/a leitor/a. Será que alguém parou para ver como anda esse jovem
emocionalmente depois de tanta exposição negativada? Será que o mesmo tem
condições de encontrar forças para saber lhe dar com as cobranças feitas pelos
cidadãos que a semelhança da multidão frente a Pilatos gritava mais ainda: —
Crucifica! Crucifica!
Eu
prefiro usar as palavras do próprio Pilatos: Mas qual foi o crime dele? Não
vejo neste homem nada que faça com que ele mereça a pena de morte.
Há
quem diga, foi um desrespeito total! A multidão continuou a gritar bem alto,
pedindo que Jesus fosse crucificado; e a gritaria deles venceu.
Que
esse jovem não deixe o mal vencê-lo! Que a depressão não encontre lugar em sua
vida – que a dança com o Cristo seja sinal de intimidade, comunhão e
entendimento de que Ele também dançou e busca quem o tire para dançar, comemorar numa
festa que deveria ser exclusivamente para ELE!