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segunda-feira, 13 de julho de 2020




"Eu não acredito que a cura para a solidão seja encontrar alguém, não necessariamente. Eu penso que está em duas coisas: aprender a ser amigo de si mesmo, e entender que muitas das coisas que parecem nos afligir como indivíduos são na verdade um resultado das forças maiores do estigma e da exclusão, às quais se pode e de deve resistir". 

Olivia Laing - Cidade Solitária.

domingo, 12 de julho de 2020




Chá com Palavra!
(Devocional)


... aos cuidados de Hegai, também levaram Ester à casa do rei, sob a custódia de Hegai, guarda das mulheres.
E a moça pareceu formosa aos seus olhos, e alcançou graça perante ele; por isso se apressou a dar-lhe os seus enfeites, e os seus quinhões, como também em lhe dar sete moças de respeito da casa do rei; e a fez passar com as suas moças ao melhor lugar da casa das mulheres...
E passeava Mardoqueu cada dia diante do pátio da casa das mulheres, para se informar de como Ester passava, e do que lhe sucederia.

Ester 2:8-11

terça-feira, 23 de junho de 2020




Chá com Palavra!
(Devocional)


 “Quem dera que se cumprisse o meu desejo, e que Deus me desse o que espero!” Jó 6:8.

domingo, 21 de junho de 2020




Chá com Palavra!
(Devocional)

Deus não precisa castigar as pessoas pelos pecados. O pecado já é o próprio castigo, devora as pessoas por dentro. O objetivo de Deus não é castigar, Sua Alegria é curar.

A Cabana

sexta-feira, 19 de junho de 2020




Chá com Palavra!
(Devocional)

26 Então o homem disse: “Deixe-me ir, pois o dia já desponta”. Mas Jacó lhe respondeu: “Não te deixarei ir, a não ser que me abençoes”.

Gênesis 32:26 - Biblia Sagrada, Nova Versão Internacional, NVI.




Lembrança boa dessa turma do I Fórum de Debates da Região Agreste em 2019, onde participei na qualidade de Palestrante sobre a temática: A ESCOLA QUE EXCLUI, A CADEIA QUE CONTROLA: muitas narrativas de discriminação da (Homo)Sexualidade. Nova Cruz – RN. Realização: ROP CURSOS – Qualificação Profissional; Ações e Eventos Acadêmicos.



Sugestão de Leitura:

ARENDT, Hannah. O que é política? Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.

Nessa obra, que contém fragmentos de seus textos publicados postumamente, a filósofa sintetiza suas ideias sobre política e a relação inerente que ela possui, ao menos entre os gregos, com a questão da liberdade. É um texto importante, na medida em que apresenta uma maneira de pensar a política distinta da usual compreensão do assunto, centrada no problema do poder e da violência.

quinta-feira, 18 de junho de 2020



Chá com Palavra!
(Devocional)

Salmos 4 - Nova Tradução na Linguagem de Hoje 
Deus, meu defensor
Salmo de Davi. Ao regente do coro — para instrumentos de cordas.
1Ó Deus, defensor dos meus direitos,
responde-me quando eu te chamar!
Eu estava em dificuldade,
mas tu me ajudaste.
Tem misericórdia de mim
e ouve a minha oração!
2Homens poderosos, até quando
vocês vão me insultar?
Até quando amarão o que não tem valor
e andarão atrás de falsidades?
3Lembrem que o Senhor Deus
trata com cuidado especial
aqueles que são fiéis a ele;
Senhor me ouve quando eu o chamo.
4Tremam de medo e parem de pecar.
Sozinhos e quietos nos seus quartos,
examinem a sua própria consciência.
5Ofereçam sacrifícios
como o Senhor exige
e ponham a sua confiança nele.
6Há muitas pessoas que oram assim:
“Dá-nos mais bênçãos, ó Senhor Deus,
e olha para nós com bondade!”
7Mas a felicidade que pões
no meu coração é muito maior
do que a daqueles que têm comida
com fartura.
8Quando me deito, durmo em paz,
pois só tu, ó Senhor,
me fazes viver em segurança.

quarta-feira, 17 de junho de 2020




A Casa...

 

Quando criança, sempre era levado por meus pais a velha casa dos meus avós maternos, sítio Adequê – Jucurutu, RN. Comunidade simples, algumas casas espalhadas pelo torrão árido, onde podíamos contemplar em toda extremidade da estrada: galinhas, cabras, vacas e outros animais de pequeno e médio porte.

Era sempre maravilhoso visitar meus avós: José Alves Fernandes e Deocleciana Vieira de Melo, um homem multirracial casado com uma mulher branca. Além dos traços físicos e marcas genéticas nas feições dos dois, formavam um casal unido e dispostos a construírem uma família longe de opiniões ou sentimento em relação a algo já preconcebido como desfavorável ou negativo – o racismo.

A casa no sítio tinha uma grande varanda e era muito cheia de alegria. Um pequeno quarto ao lado da casa, servia como uma espécie de armazém/comércio, para estoque e comercialização de produtos utilitários nas tarefas diárias da família (despesa e custeio), como para venda aos transeuntes que procuravam suprir seus desejos já que a cidade ficava há alguns quilômetros da zona rural, onde estavam.

Lembro-me do cheiro da casa como se fosse hoje, dos mimos que meu avô fazia questão de nos fazer, nos enchia de guloseimas: pirulitos, pipocas e confeitos. Era impossível rejeitar tanto amor disfarçado de açúcar.

Ao longe, ouvíamos a voz forte de minha avó Deocleciana impor sua autoridade a uma de nossas primas – Maria, à quem ela havia assumido a responsabilidade de criá-la e por ser muito “elétrica”, corria sem parar da velha casa onde estávamos à residência de uma de nossas tias também chamada de Maria! Aliás,  Maria é um nome muito utilizado nas comunidades rurais e assume uma devoção por quem em muitos momentos da vida, longe dos centros urbanos e sem atendimento à saúde, só podia apelar em tempos difíceis, como era a hora em que muitas mulheres precisavam dá a luz bebês, recorriam exclusivamente a mãe da humanidade – a virgem Maria.

A vida na zona rural há trinta anos atrás era bem difícil, sem eletricidade, gás e ou outros luxos que dispomos com facilidade nos dias atuais. Porém, o sítio dos meus avós era um lugar que tinha o açude por trás da casa, os caminhos em zigue-zague que mais pareciam formarem labirintos a serem desbravados e o olhar atento do velho pastor de cabras que sentado na calçada do grupo escolar, ao longe, a tudo contemplava.

A noite, as conversas debaixo do céu escuro, as lamparinas a queimarem seus pavios de algodão embebidos no querosene, pareciam marcar como relógios bem acertados o momento de inicio e fim das estórias, causos, verdades de um tempo marcado pela experiência dos mais velhos. Histórias de vida expostas pela oralidade e marcadas em nossas mentes como lições de quem detinha a maturidade dos anos, a força do trabalho e a preocupação com o futuro da humanidade.

Encontrávamos na sala grande os velhos baús, neles todo tipo de coisa era guardado, tesouros para quem na humildade era rico e para quem nasceu rico os via como insignificantes. Tudo é uma questão de ótica. Para mim, eram baús de felicidade, a espera do guardador de chaves, único responsável por abri-los a nos desvendar seus mistérios – a esperança; lembranças protegidas que jamais seriam violadas como foi a caixa de Pandora, primeira mulher criada por Zeus.

Corria muito pela estrada que aberta em meio há alguns arbustos, ligava a casa de meus avós à casa de minha tia Maria. Era um vai e vem, um frenesi numa ida e vinda, de cá para lá, tudo numa demonstração de busca por afetividade, destruição da monotonia, um verdadeiro cruzamento de humanidade na certeza de que viver em família nada mais é do que viver em comunidade. Longe disso, seriamos prisioneiros do tempo, onde as grades invisíveis da ansiedade nos proporcionariam visões funestas do futuro.

Era na estrada de terra que fazíamos ligações entre a cosmovisão e a existência após a morte. Nessa mesma estrada vi parentes passarem deitados em redes e carregados por pessoas rumo a última viagem que seus corpos fariam nesse mundo. Muito comum os cortejos fúnebres em um tempo que as redes eram utilizadas como caixões delicados a balançarem os pobres economicamente em lugares esquecidos pelos afortunados: grandes latifundiários, políticos, comerciantes.

A casa ainda deve ser nossa referência nesse planeta. Quando leio Miguel de Cervantes Saavedra – Dom Quixote, muitas vezes considerado um romance moderno, clássico de nossa literatura ocidental, ao lembrar das personagens emblemáticas: Dulcinéia, Rocinante, Benengeli; me deparo com o Sancho Pança e Dom Quixote em diálogos que me fazem lembrar de que a “nossa casa é o mundo”, ela ainda é o nosso porto seguro. Jesus Cristo, por vezes, também demonstrou aos seus discípulos que os mesmos deveriam perseverarem e não terem medo de retornarem à sua casa – o céu!

Assim, toda vez que vejo imagens como a que ilustra inicialmente esse texto, voo às lembranças de minha infância e me vejo saltitante entre o trigo do campo, observando meus avós em sua labuta, a criarem relações interpessoais de afeto, respeito, caráter que moldaram em mim, em minha família a certeza de que vale a pena ter esperança na humanidade e nunca desistir do retorno para casa!

  




Chá com Palavra! (Devocional Diário).



Você conhece a oração que o próprio Jesus nunca orou? Trata-se da oração do Pai Nosso. Ele ensinou esta oração, porém nunca a usou porque não precisava, especialmente o pedido: “Perdoa as nossas dívidas...” Porque Jesus era sem culpa, sem pecado, completamente puro. Por isso Ele nunca teve de se arrepender de alguma coisa que tivesse feito; por essa razão Ele nunca precisou pedir perdão pelos seus próprios pecados, nem pedir desculpas aos outros. Ele sempre se humilhava em lugar dos outros, Ele levou nossos pecados sobre Si. E Ele orou: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo”.

LIETH, Norbert, Conheça Jesus : único incomparável maravilhoso. Tradução Enio Sipp, Traudi E. Federolf. – 2. ed. – Porto Alegre : Chamada, c 2017. P. 20-21.

sexta-feira, 22 de maio de 2020


Porco Espinho!
Atualmente ando envolvido entre leituras e reflexões sobre a narrativa do meu Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, de uma pós-graduação em Saúde Coletiva e Saúde Mental sob o título: RELAÇÃO DAS POLÍTICAS AFIRMATIVAS PARA OS HOMOAFETIVOS NO CONTEXTO DAS UNIDADES DE SAÚDE EM AREZ – RN: desmistificando corpos, sexualidade e saúde mental. Mesmo assim, sempre preocupado com a “governança hospitalar” e acompanhando as notícias sobre todas as ações realizadas na prevenção ou “isolamento físico” em tempos de pandemia do COVID – 19 em meu município de origem e ou onde resido atualmente; norteadas por normas técnicas severas, pois tem como propósito evitar riscos de contaminação e infecção nas populações.
Em meio de análises em relação a política brasileira como produto facilitador de uma nova reforma no atendimento dos homoafetivos nas unidades básicas de saúde (UBS), identificando-os como parte da sociedade que ainda lutam para conquistar, preservar e ampliar direitos iguais para todos, me deparo com a preocupação com meus familiares e pessoas que lutam pela sobrevivência em tempos de crise na saúde, buscando reenquadrar os planos e estratégias de vida, de forma a seguir produzindo planos de forma adaptada às condições associadas a pandemia; Além de tentar manter ativa a rede socioafetiva, estabelecendo contato, mesmo que virtual, com familiares, amigos e colegas.
Nos últimos dias, porém, esse estado de não isolamento junto a rede socioafetiva tende a nos deixar ainda mais preocupados com as reações comportamentais  - o que é comum, de pessoas, que incluem desde medo de: adoecer e morrer; perder as pessoas que amamos;  perder os meios de subsistência ou não poder trabalhar durante o isolamento e ser demitido; ser excluído socialmente por estar associado à doença; entre tantos outros motivos. Pois bem, durante uma pandemia é esperado que estejamos frequentemente em estado de alerta, preocupados, confusos, estressados e com sensação de falta de controle frente às incertezas do momento.
Contudo, isso não nos licencia para exigirmos das autoridades em saúde dados/informações hospitalares, o PEP (Prontuário Eletrônico do Paciente) ou em papel - a principal ferramenta - que o médico precisa ou precisará lidar nas suas atividades diárias, seja no consultório, centro diagnóstico ou hospital. Desta forma, para facilitar o fluxo de informações no dia a dia, muitos estão procurando demonstrar a sociedade resultados de exames para a COVID -19 como forma de deixar claro à quem questiona sobre o pré-atendimento em saúde que vai desde a interação do hospital com os clientes antes de sua chegada física até o pós-atendimento: o relacionamento com o paciente após a sua saída do hospital.
Isso é algo terrível! A Constituição do Estado brasileiro de 1988, considera a saúde como direito do cidadão e dever do Estado, dessa forma, precisamos cumprir as medidas de distanciamento físico, consideradas desagradáveis por quem as experiencia mais de extrema relevância em nossos dias.
Mas isso não nos dá o direito de provocar sofrimento e insegurança nas pessoas que estão sendo contaminadas ou em recuperação, nem usarmos da violência com aqueles/as que estão na linha de frente ao combate e cuidado com os já infectados pelo coronavírus. São tantos os relatos de profissionais da saúde sendo estigmatizados ao retornarem para suas casas após horas de entrega e apreensão nas unidades hospitalares; idosos estão mais propensos ao agravamento da sua condição de saúde em função da COVID-19, principalmente, quando apresentam comorbidades, tais como diabetes, hipertensão e cardiopatia, que acabam por exacerbar os riscos da infecção pelo novo coronavírus, uma vez que podem dificultar o enfrentamento e a recuperação da doença. Temos visto que esse público tem sido alvo constante de piadas e preconceito. Pessoas em Situação de Rua, centenas de refugiados, solicitante de refúgio e apátrida, outras encarceradas e cumprindo medidas socioeducativas, trabalhadores das unidades prisionais e profissionais do sistema de garantias de direitos, precisam de ações de proteção ao contágio de todos e não de rótulos negativistas. É preciso lidar com o futuro imprevisível.
Portanto, ao ler o livro “O dilema do porco-espinho: como encarar a solidão”, de Leandro Karnal, pude perceber na análise criteriosa que o autor faz sobre o filósofo Arthur Schopenhauer, ao descrever minuciosamente a metáfora “do dilema humano: solitários, somos livres, porém passamos frio.”
Hoje, mais do que nunca, demonstramos comportamentos estranhos ao discriminar, usar de violência seja de natureza física ou psicológica contra nossos semelhantes; criticar ao invés de orientar principalmente idosos e crianças por de repente estarem nas ruas sem se importarem com o processo pelo qual estão passando – algo nunca visto e que quebrou a rotina dos mesmos, é algo cruel.
Como afirmou Karnal em seu livro escrito ainda em 2018, parecendo ser uma profecia em relação a “pandemia” e o uso irresponsável das redes sociais que disseminam preconceito, fakenews, medo e crítica exacerbada aos gestores municipais do SUS (Sistema Único de Saúde): “Tudo de bom e de ruim vem do jogo de contrastes entre companhia e solidão. Não existe solução ideal, apenas consciência. Não existe vacina, apenas clareza dos males. Não existe cura, pois solidão se encerra com a morte, que, aliás, será vivida de forma absolutamente solitária.” Em outras palavras, essa busca por contato nas redes sociais sofre dois tipos de efeitos, uma positiva: estamos mais próximos uns dos outros e outra negativa, isolados em nós mesmos e em nossos interesses. Foucault já afirmava: todo discurso é sempre uma expressão de desejo e poder! Mas isso é conversa para outro texto...
Quero encerrar ainda sob as luzes de Karnal, somos à semelhança dos porcos espinhos de Schopenhauer, ou aprendemos a conviver juntos e separados em tempos de pandemia ou chegaremos a barbárie de a todo custo eliminarmos uns aos outros, inclusive quem mais amamos, na luta pela sobrevivência. Eu prefiro superar o estresse advindo dessa situação ao seu lado, mesmo que por aqui!

quarta-feira, 11 de março de 2020

Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos.
                                                                                                Sigmund Freud

... A vida é igual um livro. Só depois de ter lido é que sabemos o que encerra. E nós quando estamos no fim da vida é que sabemos como nossa vida decorreu. A minha, até aqui, tem sido preta. Preta é a minha pele. Preto é o lugar onde eu moro” (JESUS, 2014: 167).