Escrever muitas vezes tem sido meu único consolo,
Janela de escape para denunciar minha insatisfação,
Meu porto repleto “não de pessoas” e sim de letras pretas,
Pretas como o carvão que serve para ser queimado,
E depois de aceso para incendiar consciências,
Àquelas que se interrogam sobre a minha existência!
Baú repleto de dúvidas sobre o futuro é minha mente...
Espelho que mostra de forma clara a realidade do meu viver
Sem camuflagem alguma.
É no papel em branco que me deixo ver como de fato sou:
Promíscuo, arrogante e feio?
Sou homem!
Ser, muito mais complexo do que as características supracitadas.
Rebento de uma raiz que veio para denunciar estruturas formadas
E disfarçadas sob as bases de uma sociedade democrática [...]
Democratismo instaurado,
Ninguém fala de fato o que quer,
Vendaval de ilusões,
Força controladora de canhões,
Homens suicidas,
Balas perdidas pelas ruas e calçadas,
Seqüestro no ônibus,
Menina roubada,
Anjo em forma de padre,
E o demônio ao lado querendo esconder as criancinhas
Que gritam sem parar...
Disco voador que nunca pousa na terra,
Chupa-cabra e ETs que vestem pijamas
E usam os chifres da traição,
E usam os chifres da traição,
Mulheres “apedrejadas” pela própria “penha”,
Desemprego formal,
Travestis que deveriam ser remunerados
Como seguranças de ruas e praças...
Políticos com cuecas nas mãos,
Doença do porco e do frango,
Enfermos a espera de um milagre de Deus,
Preservativo que nunca é usado,
Penitências nos mirantes espalhados pelo Brasil,
Fé em quem não pode ajudar, mas tudo faz pelo dízimo.
Até quando?
Vamos continuar de mãos dadas?
Ou gritaremos em voz alta,
O grito dos pecadores que um dia foram justificados?!
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