Escuto cada coisa nessas formações de professores, tenho
que escrever um livro qualquer tempo desses sobre "professor, profissão
versus professor, pessoa".
Não sei de tudo, nem poderia querer ser o dono do
conhecimento. Sou jovem demais para querer abarcar os sentimentos do mundo, a
filosofia de séculos atrás. Sou humano e não maquina, não poderei arrancar do
meu rosto as marcas da idade, nem das costas o peso que minha profissão de
professor me impõem. Não usarei máscara de ferro na tentativa de esconder meu
rosto dos projetos frustrados, planejamentos rasgados ou ideias que sucumbiram
na subjetividade da sala de aula. Me mostrarei por inteiro, meus medos,
desejos, possibilidades, informações literais e direi sem culpa alguma: eu sou
professor!
As aulas começaram e eu aqui na frenética ânsia de
encontrar o novo aluno, a nova sala de aula (pintada pelo menos), um novo jeito
de ensinar, uma nova ideia que venha transformar esses estudantes em cidadãos
politizados. Paro, percebo que os manuais estão velhos demais, a sala de aula
foi esquecida ate da maquiagem de costume, que a ideologia ficou esquecida em nome
de um sistema, que meus alunos estão acomodados e que sonhar hoje em dia não
passa de ilusões noturnas. Mas, em meio a esse turbilhão de contrários, surge a
vontade de vencer e acordados realizamos juntos a travessia tênue entre o sonho
e a realidade.
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