Chuva! E eu aqui, ouvindo o
barulho lá fora, sem entender o silêncio cá dentro de mim!
Ando de cá para lá, paredes
são meus limites, aonde irei?
Sozinho estará na interminável jornada
noturna, em que o gotejar contínuo da chuva, tornam-se nossas lágrimas de
saudades do amor que partiu nossos pensamentos!
Foi numa noite de chuva,
sozinhos estávamos a nos despir das vergonhas construídas socialmente. Corpos
nus, olhares, silêncio! Apenas nossos lábios falavam a linguagem do desejo.
Sucumbimos entre o sabor do orgasmo e a despedida arredia pelo avanço das horas
que te expulsava dos meus braços. Olhei para a lua, única testemunha entre mim
e você. Fortuna não me pediu, doastes o teu melhor para mim, tua atenção!
Já diziam os mais
experientes: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura! Assim é a chuva
ao cair em terra seca, molha e faz crescer o que antes não existia ali; é como
o amor que tolhido pela separação e morte, continua a existir no íntimo do nosso
ser. Pensamentos que me perturbam no final da noite, infortúnio dos solitários,
angustia dos literatos.
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