Seguidores

Total de visualizações de página

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sentimentos

Já é quase novo dia, mas precisamente quarta-feira e eu aqui em casa ouvindo Nani Azevedo cantando “aonde guiar-me meu Senhor... rege-me em tudo meu Jesus.” Passei a lembrar de como Deus me tirou da minha terra, do meio de minha parentela há 3 (três) anos atrás de forma rápida, inesperada e abrupta. Cheguei a Natal para morar com meu irmão mais novo (Karlos) e a adaptação foi algo difícil, quase que sacrifical, afinal somos duas pessoas muito diferentes em todas as maneiras de ser e conviver. Tive que dividir um quarto de pousada apertado e o banheiro era fora do quarto, o que permitia tomarmos chuva ou sol nos momentos que necessitávamos de usar esse ambiente para a higiene pessoal. Eu me encontrava desempregado, mas todos os dias ia até o SINE da Avenida Rio Branco – Bairro de Cidade Alta, numa busca desenfreada por uma oportunidade de emprego e ouvia a mesma resposta: volte amanhã, talvez tenha mais sorte! Voltava desconsolado, sem perspectiva alguma já que aqui em Natal não tinha muito “QI (quem indique)” ou me indicasse para algum trabalho. Você pode ser detentor de um currículo maravilhoso, mas se não tiver amigos que lhe oportunize uma entrevista com algum empregador, suas tentativas de conseguir trabalho serão praticamente remotas. Não tinha dinheiro para pegar ônibus algum, quase sempre era visto caminhando entre o Bairro de Cidade Alta até o Machadão numa busca frenética por uma simples oportunidade de trabalho. Não desisti! Descobri nesse período quem eram meus verdadeiros amigos, quem se importava com minha vida de verdade! Via meu irmão trabalhando para nos manter nessa cidade maravilhosa e desejava poder ajudar... Minha vida era inutilidade pura e simplesmente! Pensei em voltar para minha cidade de origem, afinal lá eu tenho casa, meus pais moram lá até hoje e não havia fugido de lá, apenas tinha pedido demissão de um cargo que assumia na prefeitura, por não concordar com o sistema implantado na administração pública por pessoas que antes eu acreditava terem ideais de democracia e responsabilidade social; longe de interesses próprios e próximos do interesse coletivo, sem distinção de partido político. Cheguei a arrumar as malas por vezes e sentia algo mais forte puxar as malas suspensas do chão para baixo. Seria a lei da gravidade? Meu orgulho próprio? Ou o agir de uma força estranha? Conheci pessoas, fiz novas amizades e participei de um grupo de evangélicos (irmãos) que me proporcionaram momentos de verdadeira intimidade com Deus. Pois é no meio das pessoas que passamos a ver a face do Mestre de maneira ocular, nua e ímpar como realmente Ele é. E nesses momentos passei a conversar mais com Deus, a confiar que Ele existe independente do que os materialistas, cientistas ou ateus afirmam. Percebi que Deus era o mais interessado em mim, nos meus projetos, sonhos inacabados, frustrações perdidas no espaço e no tempo, na minha dor de está por vezes sozinho. Senti muitas vezes sua mão tocar o meu ombro e sem ouvir voz alguma, afinal, Deus para se fazer sentir, nem sempre fala com o ser humano. Às vezes Ele apenas nos toca! E como é sensacional recebermos um toque do Mestre. A “mulher do fluxo de sangue” quem o diga! Isso me renovava e me fazia crer que havia esperança em meio aos vendavais e tribulações que me sobrevinham. Recebia cobranças dos vencimentos dos meus cartões de crédito, sentia vergonha e nessas horas não utilizava e nem sorria daquela frase famosa: devo, pago quando puder! Os pensamentos variavam entre a realidade dos problemas que enfrentava e o imaginário de que se fizesse algo comigo mesmo [...] resolveria toda àquela situação. Ai vinha novamente o “toque” do Senhor, seu carinho quando me deitava sobre seus joelhos à noite a ouvir sua palavra doce como o mel mais puro da abelha. Percebia que meus problemas não o abalavam, não o irritavam e que todos esses sentimentos eram apenas meus. Descobri nesses momentos a sós com Deus, que é necessário dividirmos com Ele nossas preocupações. Fiz isso, por repetidas vezes numa conversa sincera e pude ver seu silêncio ser quebrado na forma de atitudes d’Ele para comigo. Fui chamado para assumir um emprego efetivo (o concurso que havia feito estava a um ano na justiça para ser anulado), vi minhas dividas (àquelas dos cartões de crédito) sendo pagas, meu nome limpo do SPC e SERASA, sai de um quartinho com banheiro fora  para  uma casa ampla de 8 (oito) cômodos e sei que, se não tenho recebido mais do meu Deus, é por culpa minha, é minha ausência de chegar-me para deitar minha cabeça no seu colo e ouvi-lo novamente. Reconheço hoje, que realmente Deus permite alçarmos vôos longe dos nossos familiares, de amigos, do nosso ninho (casa), com o propósito de fazer-nos compreender que nenhum sentimento é maior ou melhor do que o desejo de estarmos agarrados aos pés d’Ele.  E você querido leitor, já tirou hoje um momento a sós com Deus? Contou a Ele sobre seus projetos de vida? Seus sonhos? Seu casamento que está em frangalhos? Seus filhos que estão sendo desobedientes? Seu trabalho que deixou de ser lugar de satisfação pessoal para ser lugar de rotinas? Se não o fez, faça-o agora, jogue-se no colo de Jesus Cristo e creia que Ele tudo pode resolver! Eu quero Deus continuar deitando minha cabeça no teu colo e recebendo o toque de tuas mãos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário